domingo, 25 de agosto de 2013

50 pessoas...PALMIRA CLETO

Única irmã do meu pai. Tive a pouca sorte de já a ter visto partir. Eu que já não tendo mãe, senti ainda mais a sua falta.Ficou a resignação e as boas memórias...o que fazer?
Recordo o seu semblante sério, severo, afirmando uma personalidade que escondia um bom coração, sempre pronto a ajudar.Não era fácil descobrir nela esta sensibilidade. Tinha um temperamento agri-doce.Graças à sua disponibilidade tive o privilégio de viver,quando criança, anualmente, belas e divertidas manhãs de praia em Matosinhos. A pequenada que ía com ela sabia as regras estabelecidas e nem ousava pedir alterações. Eram assim!...estavam objetivamente "decretadas".Anarquia e desorganização não eram com a minha tia! E talvez por isso mesmo, aquelas manhãs foram tão extraordinárias.
Já casada, recordo o cuidado com o Claudito. Cuidava dele durante o dia enquanto eu prosseguia os meus estudos. As sopas que preparava eram extensivas ao fim de semana. Mais tarde os Bolos de aniversário enormes e com motivos decorativos engraçados, eram oferecidos aos meus filhos, nas suas festas e, ainda hoje, eles recordam isso. Apreciadora desmedida de queijo...partilhava esse gosto com a Ana Priscila e ambas se juntavam para o saborear entre sorrisos cúmplices de satisfação. Foi uma filha dedicada com seu pai, o meu querido avô Silvestre, até ele partir.
Dos últimos momentos que me marcaram foi quando ela, já bastante doente, internada no Hospital de S. João,  onde pouco depois viria a falecer, se levantava para ajudar outros doentes. Ajudadora ...até ao fim!

Sem comentários: