sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Presépios

"Enquanto estavam em Belém chegou o momento de Maria dar á luz. Nasceu-lhe então o menino...envolveu-o em panos e deitou-o numa manjedoura..." S.Lucas 2:6 e 7
Ano após ano a narrativa Biblica do nascimento de Jesus é lida à mesa do Jantar de Natal. Há quantos anos a Bíblia é aberta quer no Evangelho de S. Mateus, quer sobretudo no Evangelho de S.Lucas!...Mas se o Natal simboliza esse nascimento importante, como omitir a sua leitura? E, sabe tão bem esse relato á luz das velas com a atenção de todos! Á mesa não significa que todos sejamos cristãos e tenhamos a mesma fé mas, se vivemos um Natal dito cristão devemos assumi-lo. Porque o Natal do Pai Natal, é um pouco diferente! E todos nós ganhamos um carinho especial pelo simpático velhinho barbudo de roupagem vermelha. No entanto, para mim, essa é a mistura do sagrado e do profano. Uma mistura que pretende o bem de todos, transmititir alegria, esperança e magia.
Cada qual guardará para si a melhor mensagem de Natal. Eu prezo muito o aniversário desse Cristo e talvez por isso, há alguns anos que comecei a coleccionar pequenos presépios. Este ano presentearam-me com mais cinco.
"...porque não havia lugar para eles na estalagem." (final do versículo 7 do capítulo 2 de S. Lucas)
Muitos de nós esquecemos o presépio, o simbolismo dessa humildade, dessa singeleza e não só não temos lugar para Cristo nas nossas vidas, como procuramos preenchê-las de um consumismo exagerado,de uma vaidade desmedida e de ganâncias ofensivas. Mas, somos livres! Com essa mesma liberdade, eu vivo o Natal desta forma.

domingo, 14 de dezembro de 2008

NATAIS...

Há muitos anos atrás…cerca de 40…vivia eu com os meus pais, no apartamento que me sentiu nascer. Ora no Natal uma das coisas que mais me fascinava era o pinheirinho. Na altura ainda não tínhamos sensibilidade ecológica e por isso em cada Natal era comprado um pinheiro natural que chegasse ao tecto da sala. Isso era algo que me deslumbrava de sobremaneira. O ritual seguinte era fixá-lo bem num vaso de madeira que tínhamos para o efeito (forrado anualmente de papel dourado) e depois decorá-lo. Isso acontecia numa noite em que o meu pai tivesse mais disponibilidade. Assim eu, meu pai e minha mãe, á média luz , juntávamo-nos neste cerimonial de abertura oficial da época natalícia no nosso lar. Começávamos por colocar as luzinhas que tinham sido imaginadas e construídas pelo meu avô paterno. Eram muito bonitas e invulgares para a época. Depois tirávamos da despensa as caixas de cartão onde estavam guardados os enfeites e colocávamos as bolas, os sininhos, as fitas e a neve que parecia algodão.
Quando ficava pronto, o meu pai cantava com voz melodiosa:
Meu bom pinheiro de Natal
Que bela é tua verdura.
Iluminas tudo sem igual
No monte e na planura.

Assim, no inverno és só tu
Que brilhas quando tudo é luz.

Dávamos as mãos e cantavamos os três. E a sala parecia inundar-se de magia!
Quanta ternura! Quanta paz!
Ainda as guardo no coração!