domingo, 29 de setembro de 2013


O que é o Dia Nacional do Pijama?

O Dia Nacional do Pijama é um dia solidário feito por crianças que ajudam outras crianças.
Neste dia, as crianças até aos 6 anos, nas escolas e instituições participantes, de todo o país, vêm vestidas de pijama para a escola e passam, assim, o dia, em atividades divertidas, até regressarem a casa.
O Dia Nacional do Pijama realiza-se a 20 de novembro de cada ano.
Este é um dia em que as crianças pequenas lembram, anualmente, a todos que uma criança deve crescer numa família.
O Dia Nacional de Pijama é uma iniciativa e marca registada da Mundos de Vida.
É um dia que promove a escola de valores - permite que as crianças aprendam a partilhar e a viver a solidariedade. É também um dia que liga a família e a escola - permite a celebração do valor da familia e a aproximação entre os pais e a escola.
O Dia Nacional do Pijama é, por isso, uma experiência educativa 3 em 1. 
É formado por três componentes: (1) lúdica, (2) educativa e (3) solidária. E contribui para a relação escola-família.
Para se potenciar a riqueza pedagógica da iniciativa, o Dia Nacional do Pijama deve ser planeado.
No outro dia vi-me confrontada com esta informação, na escola onde trabalho. Pouco depois uma colega escreve-me entusiasticamente a falar na sua adesão a esta iniciativa. E eu resolvi ler melhor as informações disponíveis e...senti-me terrivelmente crítica, aquilo a que chamarão de "desmancha prazeres". Por trás de uma causa que será nobre, está uma promoção desajustada, quanto a mim.
Mas...porquê uma americanice destas para valorizar a importância de todas as crianças terem direito a uma família? e porquê andar de pijama todo o dia? Se fosse para incentivar a recolha de pijamas para crianças mais necessitadas...ainda fazia sentido mas...para valorizar a família? então porque não comemorar a sério o Dia 15 de Maio - Dia Internacional da Família? Não consigo entender a lógica de tal evento, muito menos a pedagogia e grande relação com a solidariedade... será defeito meu?

sábado, 28 de setembro de 2013

a Guida...

O sabor dos reencontros, com o sabor da cidade...a alegria, o sol e o rio...e o riso aberto de quem se gosta!...e o poder-se falar abertamente como outrora, sem preconceitos ou restrições e desconfianças a filtrar-nos a genuinidade...ah! não há sabor que se compare a tudo isto!
(nem mesmo o das caipirinhas de que a Guida tanto aprecia!)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Encontro...

17 de setembro de 2013…
16h30…
Porto…
Avenida dos Aliados…
Esplanada do Café GUARANY…
E eis que quatro braços envolveram dois corpos, que se uniram com imensa emoção…Alguns transeuntes pararam a testemunhar tal ato.
A isso chamou-se abraço!
Mas não era um abraço qualquer. Era genuíno, pleno de sentimento, de saudade e conseguiu unir 20 anos de distância….e a par da alegria, da ternura, havia a sensação de se ter rompido o tempo entre o que foi e o que é, unindo tudo ali no presente. Vieram as lágrimas e os sorrisos e então olhando-nos vimos que continuávamos nós, as mesmas! A simplicidade, o sentirmo-nos bem, o à vontade como se tivessem passado horas após o último encontro. Dizem que isso é próprio da amizade sincera. Eu tenho a certeza que é!

sábado, 14 de setembro de 2013

Tristeza

Hoje estou particularmente triste e desanimada. Tenho uma imensidão de paredes com quem posso desabafar, é o que vale!... O absurdo da vida é quando ela prega más surpresas a quem é bom e deixa os maus do mundo nas suas maléficas influências. Raio de mundo este em que tudo é ao contrário!


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Novo ano letivo...Bugios e Mourisqueiros


O Manual de Acolhimento 2013-2014, com um bonito design,oferecido a cada docente e demais pessoal pertencente ao Agrupamento de Escolas de Valongo, abria com um texto da minha autoria. O Tema aglutinador é-me particularmente caro e pediram-me uma pequena introdução a esta publicação de 21 páginas. Num universo de 190 professores, senti-me honrada com tal convite.




Novo ano letivo…
Agrupamento de escolas de Valongo…
Da mera designação instituída, algo desafiante mas imposta, até à apropriação como realidade vivida, a de que somos indivíduos, uma pluralidade heterogénea dispersa por um conjunto de escolas num espaço geográfico entre Valongo e Sobrado. Foi percorrido um caminho e este recomeço de ano, é já fruto de um trabalho colaborativo que mesclou territórios geográficos, pedagógicos e até afetivos. Agregamo-nos num sentido já partilhado e o novo logótipo transparece essa união. Reflete as características de uma comunidade preenchida de saberes, tradições e cultura, em que o grande objetivo é o de EDUCAR.
E, sem duvida que tradições fascinantes como a Bugiada de S. João de Sobrado, são tesouros imateriais…
Esta festa singular, recriada anualmente a 24 de Junho em Sobrado, é participada com alma por toda a população sobradense, tornando-se bela, contagiante, emocionante e direi inspiradora. E, nesse dia festivo, todos, incluindo forasteiros, se sentem atores na encenação e evocação de uma luta lendária  entre BUGIOS (Cristãos) e MOURISQUEIROS (Mouros).   Uma luta colorida, entre exércitos rivais que marcham ao som das Bandas de música, saltitam, correm, confrontam-se… vencem!
O envolvimento popular e genuíno nesta tradição é deveras impressionante. Na explicação dos sobradenses é Paixão e vem no sangue deste povo!
Uma história assim tão rica não pode passar ao lado da nossa comunidade escolar! E nesse sentido lhe daremos um destaque especial, durante este ano letivo.
Mas, o que retiro de exemplar desta festividade para o quotidiano de um professor, é o de nos encantarmos repetidamente pelo nosso desempenho docente em cada novo ano, mesmo em tempo de crise a desanimar-nos. Ensinar com alma, com paixão! A maior motivação para os alunos, estou em crer que é o nosso exemplo contagiante…
Mais um novo ano letivo…vivámo-lo com propósito e unidos, qual “exército lendário”!


sábado, 31 de agosto de 2013

Mercados


Tenho um conceito muito próprio de MERCADO.Este conceito não provém de definições teóricas que me foram inculcadas mas de vivências pessoais por várias partes do mundo.Por isso, programar visitar o mercado de uma qualquer povoação é antever coloridos múltiplos, mistura de aromas, cheiros variados, vozes apelativas, na sua maioria uma variedade de produtos alimentares caracteristicos do lugar. É sentir que vou entrar no ritmo de pulsação desse lugar, descobrir o típico, ouvir o linguajar espontâneo, cruzar-me com a população do local. Poder ver os rostos variados dos vendedores jovens, maduros e velhos mas que vibram com a venda dos seus produtos. Captar a diferença e saber deslumbrar-me por estar ali. Um espaço vivo, popular, único, imensamente cultural e com alma. 
No velhinho dicionário da Porto Editora a definição é "lugar publico onde se compram mercadorias postas à venda; ponto onde se faz o principal comércio de certos artigos"
Talvez a minha definição tenha outra amplitude pois tem pinceladas de encanto à mistura, recolhidas pela vivências dos lugares.
Visitei há dias dois Mercados no Porto. Um foi o do BOM  SUCESSO.O edifício sofreu um belíssimo restauro. Quando entrei, tive a sensação que estava na praça da alimentação de um qualquer Centro Comercial. Onde estava o mercado? Inegável que o espaço interior reabilitado, esteja lindo. Está muito agradável, bem decorado, bem concebido. Mas do popular e vivo passou para um espaço gourmet, algo elitista, numa zona citadina já povoada de centros comerciais. Olhei então os "vendedores"...tudo gente jovem bem "arrumadinha", mesmo estilo, como costumo dizer, tipo clones de civilização.Percorri mais um pouco o mercado e descobri uma zona de talho, frutas e florista entre outros, mas demasiado "supermercanizado".Comprando rosas na florista perguntei se alguns dos vendedores eram os de outrora e a sua resposta entristeceu-me :- "não nenhum!...tudo gente nova!" Tinham reconvertido o mercado, retirando-lhe a alma, aquela pulsação popular e, qual doutrina, converteram-no à civilização dos Shoppings.
Para mim deixou de ser Mercado!
Meditando em tudo isto, ganhei coragem e entrei no degradado MERCADO DO BOLHÃO.Aí há duas formas de o olhar...ou nos centramos na estrutura decadente do mercado, cheia de escoras, plásticos rasgados e um sem numero de coisas partidas ou olhamos as bancas dos vendedores, com a fruta colorida e bem cheirosa, os frutos secos, os legumes, o pão, os queijos, o peixe, a carne, a prova de vinhos, os chás, etc etc...E então sentimo-nos num mercado. Um mercado triste, é verdade! Tinha poucos compradores (também o visitei numa tarde quente!) mas tinha o jeito popular de mercado com mulheres de avental e rugas, a vender. Foi olhando tudo isto que senti uma enorme vontade de me expressar, não podia calar este meu sentir, de uma genuína portuense como eu, que tem já a idade da Ponte da Arrábida. Por favor, não transformem o MERCADO DO BOLHÃO, num outro Centro comercial! O Porto está degradado, desabitado...reconvertam o Bolhão num verdadeiro mercado que traga alma tripeira à cidade, um pulsar genuino, portuense, caracteristico e não standartizado. Já temos centros comerciais que chegue! Talvez seguir o exemplo do Mercado da Figueira da Foz que foi reabilitado este ano e continuou com a mesma traça, com os vendedores populares e o mesmo estilo de venda.Visitei-o este verão e está muito bonito!Um local que dá uso ao nome - MERCADO.
mercado Figueira Foz - 2013
mercado Figueira Foz - 2013
Urge não matar os mercados. Urge continuar com as tradições, os vendedores, a alma de um povo que dá vida aos lugares...

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O meu pinheiro

O pinheiro do meu quintal faz brotar nos pinhões das suas pinhas, bicos de melros, pardais e rolas...
O pinheiro do meu quintal é uma maternidade em plena Primavera!
O pinheiro do meu quintal é uma surpreendente e viva caixa de música.
O pinheiro do meu quintal dança ao sabor da brisa oferecendo sempre a frescura das suas sombras.
Quem não sabe disto vê apenas o quintal e a caruma da árvore.
Que cega teimosia!

50 pessoas...HELENA e JOSÉ ALVES

18 anos da Prisca
Amigos...
Padrinhos da minha filha Ana Priscila...
Lembro-me do Zé praticamente desde que me lembro de mim própria. Filho do primo do meu pai - Sr. Januário Alves e da simpática D. Maria Teresa, foi alguém com quem convivi desde bem pequenina. As melhores recordações são as brincadeiras, as grandes gargalhadas, a praia, as corridas em S. João da Madeira, as atividades na Igreja, os almoços em sua casa...
Jantar de 18 anos Prisca
A Leni apareceu já no fim da minha adolescência. Tinha eu visto partir a minha amiga Sónia para terras de Viriato, quando de repente ela brotou , qual flor no deserto. Tornou-se a minha grande amiga de juventude. Curiosamente batizamo-nos as duas no mesmo dia - 1 de Agosto de 1976. Criamos uma relação ainda mais cúmplice no convívio das atividades da Igreja mas, sobretudo, por dirigirmos em conjunto a Escola Bíblica Dominical (EBD) dos mais pequeninos (pré-escolar). A juntar a esta envolvência algo veio completar o quadro perfeito - o namoro com o Zé. E esta amizade era de tal forma forte que se manteve o convívio após os casamentos. Quando nasceu o meu segundo rebento, estava a Leni à estera do Sérgito, logo decidimos convidá-los para padrinhos.
Nas voltas da vida, foram traçados largos círculos e afastamo-nos bastante. Mas estou certa que a ternura e a simpatia perduram.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

50 pessoas...WALID KEBBIS


Avenida Brasil - Porto
A abertura de mundo proporcionada pela internet, levou-me ao conhecimento de uma pessoa completamente diferente - Walid. Foi  o francês a língua de comunicação por excelência. E através dessa bela língua de contacto expusemos os nossos pensamentos árabes e europeus que partilhámos maioritariamente por escrito. E quanta partilha!...Ambos professores, ele do 1º ciclo, no sul da Tunísia - تطاوين (Tataouine)  e na altura eu, professora da turma CEF, na Eb2,3 de Sobrado...iniciamos assim, em 2011, uma convivência quase diária. A sua simpatia e timidez eram visíveis mesmo pela forma de escrita. Mas a gentileza e o seu jeito de ser cativaram-me e ele foi um grande apoio num momento difícil que então vivi...Nasceu uma grande ligação entre ambos e do virtual passamos a contactos reais, estreitando todo este relacionamento.Um homem simples,  querido, educado e amável...
                                                                                               رجل جيد

domingo, 25 de agosto de 2013

50 pessoas...PALMIRA CLETO

Única irmã do meu pai. Tive a pouca sorte de já a ter visto partir. Eu que já não tendo mãe, senti ainda mais a sua falta.Ficou a resignação e as boas memórias...o que fazer?
Recordo o seu semblante sério, severo, afirmando uma personalidade que escondia um bom coração, sempre pronto a ajudar.Não era fácil descobrir nela esta sensibilidade. Tinha um temperamento agri-doce.Graças à sua disponibilidade tive o privilégio de viver,quando criança, anualmente, belas e divertidas manhãs de praia em Matosinhos. A pequenada que ía com ela sabia as regras estabelecidas e nem ousava pedir alterações. Eram assim!...estavam objetivamente "decretadas".Anarquia e desorganização não eram com a minha tia! E talvez por isso mesmo, aquelas manhãs foram tão extraordinárias.
Já casada, recordo o cuidado com o Claudito. Cuidava dele durante o dia enquanto eu prosseguia os meus estudos. As sopas que preparava eram extensivas ao fim de semana. Mais tarde os Bolos de aniversário enormes e com motivos decorativos engraçados, eram oferecidos aos meus filhos, nas suas festas e, ainda hoje, eles recordam isso. Apreciadora desmedida de queijo...partilhava esse gosto com a Ana Priscila e ambas se juntavam para o saborear entre sorrisos cúmplices de satisfação. Foi uma filha dedicada com seu pai, o meu querido avô Silvestre, até ele partir.
Dos últimos momentos que me marcaram foi quando ela, já bastante doente, internada no Hospital de S. João,  onde pouco depois viria a falecer, se levantava para ajudar outros doentes. Ajudadora ...até ao fim!

50 pessoas...JORGE E ANITA LIGEIRO

Palácio de Cristal - Porto
Amigos...
Padrinhos de um casamento...
Padrinhos do meu filho primogénito...
Os compadres do sul!...
Não os imagino separados, talvez porque os conheci já muito unidos.
Começaram por ser amigos do Mané e a convivência estreitou-se, alargando-se a amizade e o envolvimento.
São de facto um casal no que isso pressupõe de companheirismo, união, compreensão, luta, ajuda, dedicação, fidelidade...AMOR. Têm um sentido de família invulgar, que hoje mais do que nunca, admiro e invejo em simultâneo. Recordo muito dos bons momentos que passamos juntos, quer em casa deles, em casa dos pais do Jorge e em sítios múltiplos.Conviver com esta dupla é sentir uma alegria contagiante e um grande bem estar. É sentir também segurança.Valorizo a personalidade ativa, muito positiva e bem disposta do Jorge Ligeiro.Valorizo o esforço de ambos na capacidade conjunta de enfrentar as diversas mudanças que ocorreram nas suas vidas.  Há frases e expressões engraçadas que guardo na mente até hoje!...Na realidade são um modelo de família. Pena estarem tão distantes! Seria uma benção tê-los por perto!...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

50 pessoas...ADOLFO OLIVEIRA

As minhas férias estivais da infância, na casinha do meu avô paterno em S. João da Madeira, não supunham férias espirituais. Todos os domingos me deslocava à Igreja Baptista no centro da vila, com os meus avós para aí, numa pequena comunidade cultuarmos o mesmo Deus. Lembro-me de escutar com especial atenção as mensagens do Pastor Adolfo Oliveira. Gostava particularmente da forma audível e forte com que se expressava e ficava atenta sem qualquer esforço. Tinha um particular apreço pela forma clássica como ele se apresentava e pela gentileza das suas expressões e gestos. Era um Gentleman!...A sua imagem ficou gravada positivamente. Era o meu Pastor das férias Grandes! :) 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Memorial à minha mãe

Celebrar 50 anos de vida supõe lembrar quem nos gerou...parece-me lógico mesmo para mentes pouco afectivas. Mas, para mim, dada a sensibilidades e à preservação dos sentimentos, tal data teve um significado especial. A minha mãe partiu há muito, já se contam 17 anos desde esse desaparecimento. Mas é impossível esquecê-la! Como seria bom tê-la fisicamente por perto a saborear este momento...o momento festivo do meu aniversário que iniciou com uma importante lembrança à sua pessoa.,junto ao rio, num agradável fim de tarde.


MÃE, porque estás no meu coração, podes estar em todo o lado. Na terra, no céu, neste rio que corre...
E estando em todo o lado, no lado invisível do que se é, não sendo visível, estás!
Às correntes deste rio ( O rio Douro da nossa cidade) entrego cinco rosas rubras, cada rosa simboliza 10 anos da minha vida.
Faço-o em memória de ti com imensa saudade.
Estou grata pelos meus 50 anos de vida e pela tua serenidade guardada em mim.
OBRIGADA MÃE!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

50 pessoas...MARIA ALICE CLARO

num PIquenique em 2009
Uma senhora na verdadeira acepção da palavra. Professora de porte austero mas sempre de enorme elegância, requinte e bom gosto na sua apresentação. Uma mulher culta sempre ávida de mais conhecimento.A sua frontalidade por vezes faz estremecer mas, é genuína. Junta-se ao leque de atributos o saber cozinhar divinalmente. Não sendo de uma simpatia imediata, tem no entanto uma gentileza muito própria que se aprende a desvendar.Não sei bem explicar a admiração que tenho por ela mas talvez saber que tinha uma enorme estima e consideração pela minha bondosa mãe, tenha estreitado o nosso relacionamento.Hoje, embora o convívio seja fugaz, limitando-se muito a acenos dominicais na Igreja , tenho-lhe uma grande amizade e respeito. Confio nela! Gosto muito dela e isso é o bastante!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

50 pessoas...JAIME POLÓNIA

30. junho.2013
Comemora hoje mais um aniversário. Atualmente no Brasil, outrora pertinho de mim, aqui pelo Porto. E entretanto as nossas mudanças de vida foram XXXL...
Como pessoa foi deveras marcante no inicio da minha vida conjugal. Ele e a Rosinha Castanheira foram de facto muito solidários e amigos de verdade. A admissão do Mané na Firma do Jaime foi uma ajuda preciosa e , para mim, inesquecivel e de enorme gratidão. O Jaime, a quem normalmente chamo de Polónia, tem uma simpatia bastante própria. Por trás de um certo ar sério, algo duro, há uma bondade peculiar e uma preocupação com os outros. Não posso esquecer todo esse carinho que se mantém até hoje.
Foi um homem que enfrentou, por diversas vezes , o recomeço. Sem ser otimista é exemplar nesse seu espírito de esforço e  nunca de  desistencia.
E junta-se a tudo isto um toque de sensibilidade, projetado nas suas pinturas. Gosto de quase todas e desta em particular!

50 pessoas...BETY DOMINGUES

(Extrato do meu livro de autógrafos)
Conheci-a, num certo verão, como companheira de quarto no Acampamento de adolescentes em Água de Madeiros - S. Pedro de Moel. Era uma menina tímida, reflexiva com uma postura de enorme correção. Findo o acampamento decidimos correspondermo-nos, ela da Amadora e eu do Porto. E assim o fizemos durante anos a fio. Trocamos muitas ideias e pensamentos sérios. Infelizmente os rumos de vida e as mudanças naturais do processo de desenvolvimento pessoal de cada um fazem, muitas vezes, perder estes laços. Fica a  ternura, a saudade desses momentos. Guardo dela a enorme honestidade, a determinação e o propósito de vida em concluir o curso de medicina, mesmo sabendo das enormes dificuldades da sua família.

sábado, 6 de julho de 2013

50 pessoas...JOEL CLETO

Leça da Palmeira - 2012
Vê-lo na atualidade como figura de prestígio, quer pelos livros publicados, artigos divulgados , pelos programas televisivos e pelas inúmeras atividades que promove, é muito bom! Não posso negar que sinto um certo orgulho em ser sua prima. Sendo inquestionável o seu valor e conhecimento o que o torna admirável, quanto a mim, é a simplicidade...sempre! É de uma simpatia, afabilidade e simplicidade extremas. E esse é o valor de quem tem valor! Quando o olho no meio das multidões que o consideram e o escutam, fico fascinada com a forma como comunica, brilhantemente genuína, acessível, envolvente, sem qualquer vaidade ou presunção.   
Em criança passei com ele agradaveis momentos de brincadeira, sobretudo na praia, em casa a fazer construções de LEGOS e a imaginarmo-nos Jornalistas, produzindo dessa forma as nossas notícias. Admiro a sua capacidade, empenho e alegria. Admiro ainda mais a sensibilidade, ternura, espírito de família que guardou até hoje. Isso é ser sábio!
Primo fantástico este! (veio do clã dos Alves!  :) )

50 pessoas...HERLANDER FELIZARDO

A minha adolescencia  foi marcada espiritualmente pelo contacto com este líder religioso protestante. Homem de grande dedicação à Igreja enquanto comunidade. Muito organizado, atento, empenhado e sempre com ânimo e dinamismo. Tinha um forte pendor doutrinário a norteá-lo e também uma grande fé. Foi ele que me baptizou na Igreja de Cedofeita, quando por convicção pessoal o quis fazer aos 12 anos. Teve uma doce mulher a acompanhá-lo e dos seus filhos a Sónia  foi a minha melhor amiga durante muito tempo...
Inesquecivel! Continuo a admirá-lo!

terça-feira, 25 de junho de 2013

50 pessoas...CRISTINA MALLAGUERRA


Foi a escola, a idade e o acaso dessas circunstâncias que nos fizeram conhecer na primeira classe da escola primária. Menina vivaça, brincalhona e risonha...características que logo nos aproximaram. Dela, para além de múltiplas peripécias,  recordo a sua lamuria infantil na sala de aula...

-senhora professora, tenho que escrever o nome todo da minha mãe?
- sim disse a professora.
- sou uma desgraçada!
Ela que não gostava de escrever tinha uma mãe cujo nome completo possuía 10 nomes...acabei por fixar até hoje pelo insólito deste episódio - Maria Ema Isabel Trigueiro Coelho do Amaral Temudo Mallaguerra Pinto de Barros.
 Nessa altura iniciou-se uma amizade que perdurou até eu casar. Depois nunca mais soube nada da Cristina. Vivia na época, de forma bastante requintada, numa moradia perto de mim. Passei muitas tardes em casa dela, supostamente a estudar. A Cristina era uma menina incrivelmente alegre e que com a idade ganhou um enorme sentido de humor. Divertíamo-nos muito as duas quando estávamos juntas! Estudar nem tanto!...A Cristina gostava mais de diversão! Era muito querida!

50 pessoas...ANTÓNIO NUNES

A sua voz belissimamente forte e segura fazia com que eu ouvisse com todo o agrado a expressão das suas convicções, mesmo que diferentes das minhas. A sua robustez não era só física, era também espiritual, emocional...E este homem determinado natural de Armamar, de família pobre e humilde, construiu-se por ele próprio assim com esta solidez invejável. Considero que foi um lutador. Por vezes era controverso e isso, quanto a mim, tornavam-no ainda mais delicioso e valioso, embora muitos o achassem desconfortante. Não vou esquecer nunca a visita à minha mãe no IPO, num dia triste de chuva intensa. Ele e a sua querida esposa Leonor, vieram de autocarro para a confortar e nem o mau tempo e a distância foram impeditivos.Fiquei imensamente sensibilizada. Morreu com enorme fé! exemplar!...Tenho saudades dele!

50 pessoas...ABEL PEGO

Pastor da Igreja Baptista  de Cedofeita. Conheci-o há 32 anos. O seu afeto conquistou-me.Sucedendo a um Pastor mais formal e austero, surgiu num contexto diferente da minha vida, em que tinha iniciado o meu namoro com o Mané. Nessa altura ,estando eu envolvida nas atividades da Igreja, sobretudo com as crianças e o Mané com os jovens, passavamos bastante tempo juntos e tínhamos longas e agradáveis conversas. Aliás o Abel  é um comunicador nato com quem se gosta de estar. Foi ele que me casou tempos depois...Orou pedindo a benção de Deus para os meus filhos, nas Apresentações das crianças à Igreja. Dirigiu o funeral da minha mãe.Batizou os meus filhos. Esteve presente nos momentos mais marcantes da minha vida. Por isso também desabafei muito do meu sofrimento, em diversos momentos, e ele me confortou. Sempre o admirei pelo espírito de abertura ao outro, ao diferente, e à capacidade de aceitação sem radicalismos. Hoje, por circunstâncias várias, esta proximidade desapareceu, sem contudo, ter perdido a estima  e a consideração, convicta de que ele é um homem de Deus.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

50 pessoas...ANA PRISCILA ALVES

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Pequenina


És pequenina e ris ... A boca breve
É um pequeno idílio cor-de-rosa ...
Haste de lírio frágil e mimosa!
Cofre de beijos feito sonho e neve!

Doce quimera que a nossa alma deve
Ao Céu que assim te faz tão graciosa!
Que nesta vida amarga e tormentosa
Te fez nascer como um perfume leve!

O ver o teu olhar faz bem à gente ...
E cheira e sabe, a nossa boca, a flores
Quando o teu nome diz, suavemente ...

Pequenina que a Mãe de Deus sonhou,
Que ela afaste de ti aquelas dores
Que fizeram de mim isto que sou!

Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"

 - Continuas pequenina no meu coração materno, sendo tremendamente valiosa na minha vida. 
Será assim que se começa a falar de uma filha? O óbvio seria pela gravidez e nascimento mas, a sua história é mais do que um percurso cronológico. Falar de uma filha, como a minha, é quase um ato transcendente dissolvido entre presente e passado. Vem-me à mente outro poema,  agora de Cecília Meireles em que os versos, qual bailado, me levam ao passado da sua infância:

"Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina" (...)

E as recordações começam a romper como flashes fotográficos de momentos variados. Quantos momentos lindos! Desde as travessuras, o trepar de muros contrapondo com a sensibilidade do ballet, a timidez natural contrapondo com a boa representação teatral e mímica, a fragilidade das inseguranças e duvidas contrapondo com as perseverantes decisões e vitórias, o arrojo das viagens e a pacatez, a estada no Japão mesmo com o medo, a paciência com algumas amizades mas a frontalidade, as experiências radicais e os receios, mas sempre a afirmação de carácter...tudo isto denota características extremas mas que se equilibram...e é o equilíbrio precisamente um dos seus atributos. Outros serão a discrição, a afabilidade, enorme paciência e compreensão...Ah, a pontualidade é a sua imagem de marca ( a juntar ao profissionalismo).
A minha filha é mais do que minha e por ser ela mesma é quase celestial.Foi derramado nela algo de muito especial e a haver Anjos, ela poderá ser um!
Os seus sorrisos são de uma cândida ternura imensurável que nos contagia de enorme bem estar..." (...) um sorriso com muita luz lá dentro, apetecia entrar nele(...) pelas palavras de Eugénio de Andrade.
Os seus abraços envolvem-nos de calma, de paz...As gargalhadas sinceras fazem brotar em nós a felicidade.
A genuinidade do seu ser, bondoso, alegre e amoroso é reconfortante e contagiante.Acaso pode ela ser apenas humana? Não! Tem essa beleza celestial de alguém que se passeia entre dois universos. E, ninguém sabe, mas existem umas asas invisíveis que a fazem voar...intersectar os dois mundos, tornando o terreno muito melhor, irradiando a sua pureza de sentimentos. Ah! que nunca lhe roubem essas asas é o meu desejo e que encontre nesse voo todas as melhores pessoas do mundo!...Minha filha amada, meu Anjo!

Marrocos - 2012

                                                 


50 pessoas...CLÁUDIO FILIPE

Nasci como mãe no seu nascimento.
Nascemos!
Gémeos na inexperiência de ser, após esse momento sublime, terno e encantador, peguei o meu filho nos braços junto ao aconchego do peito e começamos a crescer. Afinal crescíamos os dois!

Filho querido, muito acarinhado, que no entanto  vivenciou as dificuldades de inicio de vida dos pais. Pais "em rodagem" nessas lides! Às vezes as dificuldades e limitações fazem despertar capacidades, marcar exigências e obrigar a uma maturidade precoce. Não sei se foi isso ou já de si a  marca da sua personalidade vincada,  mas foi um filho que muito cedo demonstrou imensa responsabilidade, autonomia, capacidade de decisão e argumentação. 
De criança guardo a alegria que irradiava ao passar, com sorrisos rasgados e comunicativos, a rapidez de raciocínio, o fascínio com que se encantava pelas coisas lutando por alcançá-las e os efusivos cumprimentos a todos os polícias que encontrava...Cresceu e as qualidades cresceram também! Apreciei a firmeza de carácter juvenil,  mesmo convivendo com uma multiplicidade de colegas, com grande diversidade de  crenças e valores.Sempre se afirmou  em variados aspetos... na representação, na música, na liderança e até no apoio voluntário a possiveis suicidas...agora na fotografia! O tempo das motas foi o mais sobressaltante que vivi...tive muito medo de o perder!Admiro a sua fidelidade a um amor e à amizade.  Mais do que os abraços e beijos que me deu (que para uma mãe são sempre poucos...), o melhor exemplo de  ternura é  a imagem carinhosa do seu braço pelo ombro da avó materna a quem sei que guardou saudosamente no mais fundo do seu coração.E este homem forte, trabalhador, decidido e empreendedor que é hoje, tem uma sensibilidade muito própria que respeito sem muitas vezes compreender. Amo-o muito. Mas estou com ele muito poucas vezes...ele já não é meu, é do mundo!
"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar os nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo ! Ser pai ou mãe é o maior acto de coragem que alguém pode ter, porque é expor-se a todo tipo de dor, principalmente a da incerteza de estar agindo correctamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo".                          josé Saramago

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Aos meus filhos...

                     Poema Enjoadinho
Filhos...  Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos?  Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

                                                Vinicius de Moraes

terça-feira, 4 de junho de 2013

50 pessoas...MARIA EMÍLIA VAZ

Pouco tempo depois de eu chegar a Perafita, em 1992, conheci a professora a quem chamavam de Milita. Nos primeiros anos letivos trabalhei autonomamente no edifício em frente à Escola do 1º ciclo, pelo que apenas trocávamos cumprimentos de circunstância. Mas quis o destino que em 1998 iniciássemos um percurso conjunto,e a seu convite, promovessemos a instalação do que viria a ser o Agrupamento de Escolas de Perafita. Eu era então bastante mais jovem e na altura nem sempre achei bem as posições tomadas pela professora Maria Emília. Passados estes quase 15 anos, vejo tudo de uma forma mais branda...Retenho o positivo... 
 Esta foi sem duvida uma professora marcante na história da Escola do 1º ciclo do ensino básico em Perafita. Para além de professora, a partir de 1973 passou a exercer a função de Diretora e desde essa data que sempre integrou a direção da escola. Reconheço que realizou um trabalho dedicado e que tinha uma preocupação genuína pelos desfavorecidos. Tinha, para a sua idade, uma abertura à mudança que possibilitou termos uma série de projectos e de parcerias , nomeadamente com a ADEIMA. Mesmo nas adversidades que a vida lhe foi trazendo, quer pessoais, quer profissionais, sempre soube, com serenidade, fé e um sorriso, manter uma postura de firmeza, transmitindo a todos uma grande segurança.Foi para mim uma honra realizar em conjunto com a Junta de freguesia uma homenagem quando ela se reformou a 1 de Junho de 2003.
Ela tinha uma ternura especial por mim, como a uma filha! 

domingo, 2 de junho de 2013

50 pessoas...SILVÉRIO MEIRELES

Lembrar quando o conheci...é dificil. Era criança quando este senhor,  já velhinho, me chamou a atenção. Na época, para mim, era um senhor sempre muito bem vestido, usava laço e andava muito direito. Tinha um ar austero de homem bem adulto e de quem sabia bem o que queria. Mas, eis que dos bolsos desse fato clássico saíam, como que por magia, rebuçados para todas as crianças...também eu era contemplada pelas suas dádivas doces acompanhadas por um sorriso. Fui crescendo, deixei de receber rebuçados passando a receber fortes apertos de mão. A admiração que lhe tinha aumentou ao conhecer melhor a sua personalidade perseverante e decidida.Era um homem de fé que buscava sempre a Deus e procurava seguir as suas doutrinas. Tinha também imensa apetência para o teatro, algo a que se dedicava nos tempos livres. Marcou-me porque na última vez que o vi, na Igreja num domingo de manhã, ele estava a despedir-se das pessoas, com um ar calmo e terno. Dizia que sentia que ía morrer e, por isso se despedia. E na realidade sentiu bem...morreu precisamente nessa semana. Incrível!





És um Palhaço!...


O insulto pretende desvalorizar, agredir, demonstrar uma decepção de forma agressiva...

Insultar alguém de palhaço sempre me causou algum espanto e irritação.Fosse eu palhaço e insurgia-me! Sempre tive um fascínio por mimos e palhaços e na arte circense era o numero que mais me encantava.Segundo o dicionário palhaço é "personagem cómica e burlesca de circo que diverte o público com facécias...bobo...". Ser palhaço requer qualidade, arte , inteligência e capacidade de diversão. Provocar o riso genuíno no outro, com alegria através de piadas inteligentes é todo um processo comunicativo acompanhado de uma expressividade que nos captam por completo.Ser palhaço a sério,é algo nobre.
Ora adjetivar alguém estúpido, ignorante e palerma ,de palhaço é quanto a mim ofensivo. Apelidem-nos de palermas, paspalhos, mentecaptos, mas palhaços não! para mim é quase crime!
Ai quem nos dera ter um Presidente da Republica palhaço!...viveríamos muito melhor!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

50 pessoas...VITOR VIEIRA ALVES


É bastante difícil falar do Mané num momento como este, em que a mágoa foi o legado de uma relação terminada, para mim em 2012...formalizada a meu pedido em fevereiro de 2013. Conheci-o há mais de 30 anos. Jovem "retornado" de Angola que começou a frequentar a Igreja de Cedofeita, onde começamos a conviver no Departamento da Juventude. Desse convívio brotou um amor. Como todas as paixões, começou cheia de encanto e entusiasmo e a cumplicidade foi-se gerando. Casamos a 15 de Abril de 1983. Éramos muito jovens mas determinados apesar das nossas características de personalidade bastante distintas. 
Juntos conquistamos muita coisa. Foram muitos anos...Vivemos momentos muito bonitos! Fomos felizes.
Não pondo nunca em duvida as suas capacidades, o seu profissionalismo e inteligência, o Mané  foi a pessoa que me deu as maiores alegrias e as maiores tristezas, direi mesmo, as maiores mágoas e decepções. Se com ele vivi a alegria do amor , da maternidade, da cumplicidade, da partilha, do companheirismo, do apoio na dificuldade, da educação dos filhos comuns, da valorização das minhas capacidades pessoais, do alcançar esforçado dos sucessos académicos e profissionais de cada um,das férias em família,do prazer das viagens...
aprendi também o que é a traição, a mentira, a vaidade, o convencimento e o egoísmo. E demorei a compreender isso! Pensava que havia valores que eram imutáveis e que o  sentimento que nos uniu era forte e sincero, apesar dos problemas…e olhava-o sempre de uma forma bastante “cor-de-rosa”, bastante amorosa. Nos últimos anos eu amava sózinha e não sabia. Era casada comigo própria. Mais tarde compreendi que se pode ser bom actor na vida real. Ainda hoje não suporto a ideia de ter sido enganada por uma pessoa a quem eu me entreguei fielmente e quis tanto bem.
Mas por tudo isto, ele marcou a minha vida fortemente. Gostaria de o guardar no leque das boas pessoas, de postura exemplar e sublime pelo carácter, pelo sentimento…é impossível!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Sempre as visões

" Nós não vemos o que vemos, nós vemos o que somos. Só Vêem as belezas do mundo, aqueles que têm belezas dentro de si."                                                                                            Rubem Alves

50 pessoas...GUALDINA MARQUES


Com uma imagem de marca inconfundível - os lábios rubros e os sorrisos rasgados, assim a conheci em Perafita. Uma professora vistosa, dedicada e opinativa, sempre! Apenas trabalhei com ela durante um ano letivo, depois desenvolveu a sua atividade docente noutra  escola, deixando de privar comigo no quotidiano da vida escolar. Mas, a amizade ficou e o convívio manteve-se, embora programado. Apesar das grandes diferenças de personalidade que a igualdade de Signo me faz espantar e desacreditar no Zodíaco, sempre nos identificamos. Eu mais calma ela mais decidida!...Com ela partilhei muito da minha vida...continuo a fazê-lo!. Considero-a de facto uma amiga importante neste percurso de 50 anos.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Guerreiros


Lutam melhor aqueles que têm sonhos belos. Somente aqueles que contemplam a beleza são capazes de endurecer sem nunca perder a ternura. Guerreiros ternos. Guerreiros que lêem poesias. Guerreiros que brincam como criança.
                                                                                                                                Rubem Alves

segunda-feira, 13 de maio de 2013

50 pessoas...FÁTIMA e JORGE REIZINHO

Conheci-os quando?...não sei a data exata, devia ter 17 anos, pouco tempo depois de ter iniciado o namoro com o Mané, irmão da Fátima. Lembro-me muito bem da forma simpática como me receberam e da primeira vez que fiz uma refeição em sua casa...a famosa moamba de galinha. Foi um almoço de família com os meus sogros e também sobrinhos ainda pequenitos. Desde esse tempo acho que se estabeleceu uma forte ligação entre nós. Daquelas químicas inexplicáveis apesar das diferenças. O convívio não teve uma regularidade sistemática. Viamo-nos sobretudo em casa dos meus sogros. O que guardo destes meus, então cunhados, é o grande espírito de recomeço. Tinham vindo de África após a descolonização e quase sem nada! Tiveram que recomeçar a vida no que isso supõe de grande esforço, sacrifício e coragem. A par disso tiveram que saber lidar com a revolta interior pelo injustamente sucedido e ter a acalmia para educar os seus dois filhos.Com temperamentos muito diferentes, o bom espírito do Jorge e a inquietude dinâmica da Fátima, fizeram uma conjugação de sucesso e aí estão. Não significa que tenham enriquecido mas vivem honestamente em espírito de família. Admiro-os muito.Estão sempre prontos a ajudar. Sem duvida que guardo com enorme carinho os momentos conjuntos, salientando os Natais irrepetiveis que saboreamos durante vários anos.
Aprecio ainda o sentido artístico e estético da Fátima que se revela em várias àreas , nomeadamente na pintura. Do Jorge saliento a sua paciência,compreensão e simpatia. Ambos amorosos!

domingo, 12 de maio de 2013

50 pessoas...ROSA SANTOS

Mulher forte, decidida, destemida e com grande capacidade de trabalho. Diz sem receios tudo o que pensa, sem calar nunca o que julga injusto. Tem tanto de lutadora como de amiga. Os seus sentimentos são genuínos e por isso a admiro tanto. Ama ou detesta com a mesma intensidade. Eu professora , ela auxiliar de acção educativa com quem trabalhei de forma muito estreita , sobretudo num trabalho específico com a população do Bairro Social de Perafita. Ficamos muita amigas mantendo sempre um enorme respeito uma pela outra. A D. Rosa (assim a trato) tem por mim uma enorme amizade e consideração e isso é visível até hoje. Em momentos difíceis que passei, ela ajudou-me desmedidamente. Nunca esquecerei tamanha amizade, dedicação e solidariedade. Fazia tudo para minorar a minha tristeza. E ai daquele que dissesse algo de menos bom àcerca de mim!!!!! Foi incrível! Estamos distantes mas eu sei que continua fiel a uma amizade genuína  Talvez eu não tenha sido suficientemente grata para tamanho apoio que ela me deu. Gosto muito dela. Admiro muito o seu percurso de vida e as suas conquistas. Grande mulher!

50 pessoas...OLINDA , MARIA E ANA


Juntei estas três amigas porque, curiosamente, surgiram e permaneceram no meu percurso de vida em simultâneo. Todas professoras do primeiro ciclo  do ensino básico, conheci-as numa terra muito especial - Perafita, num Agrupamento de escolas pioneiro. Foi precisamente quando a Professora Maria Emília Vaz me convidou, em 1998 para Vice-Presidente da Comissão Instaladora desse emergente Agrupamento escolar, que todo este relacionamento surgiu. Personalidades muito distintas, desde a discrição e a generosidade da Ana, passando pela exuberante personalidade da Maria até à sensibilidade "mimalha" da Olinda, todas têm um forte traço em comum, a amizade em todas as circunstâncias. E todas temos outro traço que também nos une...a positividade e a alegria.São amigas que permanecem até hoje, que compartilharam muitos dos meus sucessos, lutas e derrotas. Sentem comigo o bom e o mau, sem juízos de valor.Apenas estão ao meu lado a rir ou a dar colo.
Passaram os anos, só eu e a Olinda ainda estamos no activo e só a Olinda ainda em Perafita. A amizade continua...

sexta-feira, 10 de maio de 2013

50 pessoas...MÁRIO CLETO

    (em S. João da Madeira nas férias)

"-Queria ter umas tranças, como a PiPi! " dizia eu que adorava as séries da "Pipi das meias altas". O meu cabelo não estava comprido e esse desejo tornava-se mais utópico. Mas o meu tio, que visitava de vez em quando o sogro, com a sua paciência e imaginação, pegou nas barbas de milho, arame  e entrelaçando nos meus cabelos, improvisou as tranças da Pipi.Duraram poucos instantes mas a alegria que senti ainda hoje recordo com ternura.
Desde pequenina que tenho pelo meu tio a maior consideração, simpatia e estima. Lembro-me de conversar muito com ele e do enorme prazer que sempre retirava. Continua a falar brandamente, com uma expressão cativante e contagia todos com as suas risadas genuinas. Não me lembro de o ver zangado!Lembro-me bem de fazer jogos, passear,ver as estrelas e de me encantar a vê-lo cortar melões em forma de cesto, para ir com a devida apresentação à mesa.
Que bom tê-lo por cá!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

50 pessoas...SILVESTRE ALVES



Chamava-lhe eu Lélé, a um avô de nome Silvestre.
Só de pensar nele logo um sorriso terno me curva os lábios. Tenho a memória preenchida de muito boas lembranças. Era um homem sociável, educado, comunicativo e brincalhão. Tinha uma personalidade vincada, por vezes austera, mas perante as crianças e os animais transfigurava-se. A imagem que guardo é de alguém muito simpático, disponível e alegre. Convivi muito com ele nas chamadas “férias grandes”, as férias escolares. Vivia em S. João da Madeira, o que para mim foi um privilégio enorme. Estar na sua casinha térrea, conviver com ele e com a minha avó Adelaide,  num ambiente rural, perto da mata, cheio de animais, com a criançada a brincar na rua e eu com toda a liberdade para correr e andar de bicicleta, que mais poderia eu querer? Mas tinha ainda a sua paciência para me consertar brinquedos e me fazer baloiços e tachinhos de brincar . Levava-me ao mercado e eu, menina da cidade, ficava deslumbrada com tudo aquilo, sobretudo com os coelhinhos, os patos e os pintainhos que estavam para venda. Lá em casa quando as galinhas punham ovos enfiava-me no capoeiro e gerava uma autêntica revolução aviária. Ele ria das minhas ideias…e chamava-me “Oh rapariga!...”
Muitas vezes ía ter com ele à Subestação da UEP, onde ele trabalhava. Entrava dentro do recinto, de bicicleta, como se fosse tudo meu. O meu avô dizia-me muitas vezes para não fazer aquilo mas…de vez em quando esquecia-me e o ímpeto infantil e a minha traquinice levavam-me até àquele lugar espaçoso. Conheci os seus colegas de trabalho e ele explicou-me muitos dos registos que fazia e dos postos de alta tensão.

Era um avô generoso. Todos os meses me dava (a mim e ao meu primo Joel) uma quantia a que chamava de “pré” para eu comprar o que entendesse. Na Feira do Livro, embora ele não desse um especial valor à leitura, sempre me oferecia um livro do meu agrado. Dava-me imensos biscoitos e bolachas.
Quando vinha até casa dos meus pais, normalmente em momentos que eles viajavam e eu ficava sozinha, sempre procurava arranjar o que estava estragado e cuidar do jardim da casa. Desde ir ao telhado até cortar a relva…fazia tudo!
Tinha ainda o bom hábito de estabelecer um período de dieta  durante 3 dias mensais…bebia sumos, comia muita beterraba e dizia que esses dias eram para “limpar o organismo”.Adorava pregar-me partidas e ria-se disso com enorme satisfação.
Cuidou com extrema dedicação da avó Adelaide, que ficou quase imobilizada durante anos. Preocupava-se imenso com ela e com o seu bem estar…
Porque era também um homem de fé, ofereceu-me uma Bíblia, a que uso ainda hoje! Dava importância às questões espirituais e nunca me deixou fazer  férias de igreja!
As falhas de memória que surgiram no fim da sua vida não o fizeram esquecer a educação e a afabilidade. Assim, embora se esquecesse um pouco dos bisnetos, sempre os tratou muito bem.

Foi um avô delicioso…sempre…até morrer!
Grande avó esse de nome Lélé!!!!



segunda-feira, 6 de maio de 2013

50 pessoas...MARIA LOBO

Uma senhora simples e afectuosa. Foi vizinha dos meus avós maternos e tinha duas filhas gémeas da minha idade. Foi assim que a conheci!Tinha uma pequenina  casa humilde onde eu adorava estar e onde brinquei muitas vezes. Chamava-me Queli e oferecia-me bolachas com o seu nome que ela nem sabia ler. E na mesa da sua sala saboreava-as como delicias raras juntamente com uma caneca de leite. Lembro do seu sorriso constante e da sua satisfação em me ver comer na sua casa. Recordo a paciência com as minhas traquinices. A simplicidade das pequenas coisas e dos pequenos gestos que deixam grandes marcas na vida da gente!

domingo, 5 de maio de 2013

50 pessoas...CASIMIRA DE LIMA


" não te aborreças, daqui a 100 anos anda cá outra gente!"



A vida passa rápido e a velhinha Casimira já não está entre nós. Faria hoje 92 anos! Guardo os seus múltiplos ditados populares, a sua história de vida, o saber estar, a sua discrição, a grande memória e lucidez. Ah! guardo também na memória o seu saboroso empadão de carne!


Não sendo uma pessoa de grandes manifestações de afetos, senti que tinha uma consideração especial por mim. Eu também a amei de uma forma muito própria. Compreendi-a para além do tempo presente, aceitei-a com todas as marcas que um passado doloroso deixou nela.Descobri que a sua personalidade era um misto de sofrimento, luta, resignação e paciência...muito pouco amor e ternura! Era uma mulher forte, sem parecer! Conseguiu viver as maiores adversidades e num mundo marcadamente alfabetizado viveu sem nunca ter ido à escola nem ter aprendido a ler segundo os padrões convencionais...arranjou as suas próprias leituras!Foi uma esposa que esteve sempre ao lado do marido. Trabalhou muito e poupou ainda mais...Sempre se preocupou com os filhos...Recordo o  último abraço que me deu, na entrada da sua casa, quase a chorar, sem ninguém ver...Recordo a última vez que a vi com vida...aí fui eu que chorei sem ela nem sequer dar pela minha presença.

Foi uma boa sogra! Guardo-a no coração!

sábado, 4 de maio de 2013

50 pessoas...ISABEL BARREIRA


Em 2006 fui colocada em Sobrado. Foi nessa altura que conheci a Presidente do Agrupamento de Escolas – Drª Isabel Barreira. Na realidade a primeira impressão não foi a melhor. Achei a Isabel alguém bastante autoritário e distante. Não tendo que privar com ela esta relação foi-se mantendo assim, marcadamente hierárquica e formal. A aproximação deu-se quando sentindo-me injustamente tratada resolvi escrever à Presidente. Senti que era alvo de difamatórias interpretações. Impôs-se um diálogo entre ambas onde tudo foi esclarecido e os juízos que fazíamos uma da outra se alteraram por completo. Assim, em 2009, inesperadamente, a Isabel convida-me para integrar a sua equipa de Direcção. Aceitei! E de 2009 até à presente data, da convivência diária, do trabalho conjunto foram-se criando laços que ultrapassaram o mero contacto profissional. Nasceu assim uma enorme simpatia que veio a crescer em amizade. Uma amizade enorme, de uma empatia invulgar. Partilhamos genuinamente as alegrias e tristezas uma da outra. E neste período de tempo deram-se brutais transformações nas nossas vidas pessoais. De tal forma a relação se estreitou que confidenciamos os mais íntimos pensamentos e os mais reservados dos segredos. Desta feita, com uma imensa ternura, a 25 de Janeiro de 2013 fiz à Belita um “pedido de irmandade”…não tendo irmãos escolhi-a para minha irmã, passando a declarar que a partir daquela data tinha uma irmã que é borboleta. Não nasceu de pai e mãe, nasceu da metamorfose da amizade.
Há pessoas que aparecem no nosso caminho nos momentos que mais precisamos…às vezes penso que Deus poderá ser o autor desses encontros…será?