quarta-feira, 1 de julho de 2009

Poema para uma despedida ...

Tive que me despedir de uma equipa...venho aqui partilhar essa despedida...


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Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!


António Gedeão in "Movimento Perpétuo", 1956

Ver sozinho, é empobrecedor. Partindo dos múltiplos olhares de cada um, podemos ver muito mais e mais longe. Basta termos no olhar, essa vontade de construir e o positivismo para ver.

Apesar de todos os problemas, do ano complicado que vivemos, foi, para mim uma ano de novas visões.

Eu vou mas que fique uma equipa de olhares cruzados num objectivo comum.


1 comentário:

Rosa dos Ventos disse...

Agora que eu cheguei, tu partes?!
Não são apenas múltiplos os olhares dos outros, são também os nossos.
Uns dias vimos moinhos, noutros dias vimos gigantes...
É assim a vida!

Abraço