A nossa percepção do mundo e das pessoas advém da maneira como o captamos. Temos a tendência natural para encontrarmos regularidades, irmos caracterizando, categorizando e assim nos apropriamos da vida em sociedade. Muitas das nossas ideias, que achamos estruturadas e correctas constroem-se destas vivências. Isto tudo para dizer que nessas “leituras” que vou fazendo de quem me rodeia, cheguei a uma “teoria”. Uma “teoria” nada científica!
Há pessoas com quem me identifico claramente em poucos minutos, outras levam algum tempo para empatizar e outras ainda, tenho que aprender a compreendê-las. Mas, como sou humana, há aquelas por quem não nutro simpatia e nem tento comunicar. Um desses grupos era, nada mais nada menos, homens de cabeça rapada. As minhas poucas experiências de convívio e as figuras públicas com esse visual confirmavam esta minha conjectura. Para mim, estes eram homens convencidos, metrosexuais, de um vaidosismo doentio que até doía de tanta prepotência. Pessoas parcas em reflexões e sensibilidades, dadas ao culto do corpo. Resumindo, pessoas desinteressantes. Ora aqui estava a minha “teoria”.
Mas…o que havia de me acontecer? Em pouco tempo conheci três homens com este visual, que derrubaram este meu estereótipo. Todos têm a cabeça redondinha de calvície opcional e são excelentes seres humanos. Os três têm como inicial do nome a letra A. São os três da mesma estatura e são de uma ternura fascinante. Foi uma sorte tê-los conhecido! Tenho por eles uma enorme consideração.
O 1º A é de Abel. Líder religioso Protestante, com 62 anos de idade. Tem uma vasta cultura histórica e é alguém com quem se pode conversar horas a fio, sem se reparar que o tempo passa. É saboroso escutá-lo. Tem um grande coração e uma sensibilidade que me toca. É literalmente um cidadão do mundo, um defensor do ecumenismo e um bom homem de fé.
O 2º A é de Alexandre. Professor em funções de Direcção, com 32 anos de idade. A sua afabilidade e o tom de voz sempre baixo são a imagem de marca. Sem vaidade, revela-se um óptimo profissional e de uma grande dedicação. É alguém de quem se gosta naturalmente.
O 3º A é de Albino. Director de uma Escola, de 43 anos. Tem uma série de atributos intelectuais a que se pode juntar a sensibilidade, o encanto, a disponibilidade. Aplica a matemática à vida…arranja tempo para tudo o que considera importante, porque o organiza.
Estes pequenos tópicos apontados para cada um, são realmente diminutos face às suas qualidades.
A minha “teoria” ruiu! Conheci estes carecas espantosos! Agora estou a pensar…será que todos os homens válidos com estas boas qualidades têm o nome próprio a começar por A ?
(Foto recolhida na Internet, de um qualquer anónimo...)
3 comentários:
Está divinamente escrito! E a tua teoria caiu completamente por terra... Bjinho
Isabel
Gostei do teu texto! :-))
Essa possível teoria de os homens interessantes terem o nome começado por A também irá ruir!
Em relação aos homens não há teorias que se mantenham muito tempo! :-))
Abraço
Bem... corei!
Não comento... comento.... não comento....comento....
A (boa) música só encontra eco em (bons) ouvintes.
É bom assistir à derrocada de preconceitos.
:)***
:)***
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