domingo, 14 de dezembro de 2008

NATAIS...

Há muitos anos atrás…cerca de 40…vivia eu com os meus pais, no apartamento que me sentiu nascer. Ora no Natal uma das coisas que mais me fascinava era o pinheirinho. Na altura ainda não tínhamos sensibilidade ecológica e por isso em cada Natal era comprado um pinheiro natural que chegasse ao tecto da sala. Isso era algo que me deslumbrava de sobremaneira. O ritual seguinte era fixá-lo bem num vaso de madeira que tínhamos para o efeito (forrado anualmente de papel dourado) e depois decorá-lo. Isso acontecia numa noite em que o meu pai tivesse mais disponibilidade. Assim eu, meu pai e minha mãe, á média luz , juntávamo-nos neste cerimonial de abertura oficial da época natalícia no nosso lar. Começávamos por colocar as luzinhas que tinham sido imaginadas e construídas pelo meu avô paterno. Eram muito bonitas e invulgares para a época. Depois tirávamos da despensa as caixas de cartão onde estavam guardados os enfeites e colocávamos as bolas, os sininhos, as fitas e a neve que parecia algodão.
Quando ficava pronto, o meu pai cantava com voz melodiosa:
Meu bom pinheiro de Natal
Que bela é tua verdura.
Iluminas tudo sem igual
No monte e na planura.

Assim, no inverno és só tu
Que brilhas quando tudo é luz.

Dávamos as mãos e cantavamos os três. E a sala parecia inundar-se de magia!
Quanta ternura! Quanta paz!
Ainda as guardo no coração!

2 comentários:

tsiwari disse...

Natais passados, perdidos na memória, adocicados pelo coração.

Natais que cumpriram com a sua função maior - adocicar corações.

E os de hoje, como te são?

***

Anónimo disse...

Como compreendo tudo o que diz no seu post! Também eu tenho uma enorme saudade dos natais da minha infância! Era tudo tão natural e simples!
Beijinho