quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

pensamentos...

Porto, 1 janeiro de 2014.
O tempo chuvoso, o chá quente, a possibilidade de não ter horários a pressionar, o recomeço, as esperanças,a música, tudo se conjuga para uma reflexão.
E quando penso que pouco mais me pode surpreender negativamente, tive as ultimas semanas a comprovar-me o contrário. Sendo alguém que pensa e analisa…tenho pensado muito.
Descobri que a maioria das personalidades fortes de quem me rodeia são “fachadas” de inseguranças, interrogações, dificuldade em gerir emoções e decisões, pessoas com desiquilibrios, desenraizadas, em autênticos curtos-circuitos mentais…zangadas não sei bem com quê e à procura constante também não sei de quê. E essas personalidades tão fortes que por vezes parecem derrubar os outros só com breves palavras, afinal…às vezes vejo-as diante de mim a respirar fundo e a pedir um conselho.Elas que parecem dominar o mundo a solicitarem o auxílio de alguém pacato que vai aprendendo a viver sem psicólogos, sem psiquiatras, sem religiosidade, sem fármacos, sem grupos de ajuda, …quase sempre sózinha!!!!!Outras vezes essas personalidades, contraditoriamente não têm personalidade! Sim porque a honestidade e a consciencia não são pertença de todos! Há muita gente sem caracter, pretensamente "exemplar"e pronta a apontar o dedo.Também aprendi que o velho ditado "só fala quem tem que se lhe diga!" é bem verdadeiro. Normalmente quem rapidamente julga os comportamentos alheios...ui, está cravado de incoerencias, de grandes faltas de carácter mas pleno de pretensiosismo e arrogância.
Às vezes senti-me frágil, dominada, dependente, submissa, achando eu que tudo era uma personalidade fraca. Ah como estava enganada! Eu fraca?  Tenho muitas feridas que espero não as deixar agravar com o tempo, já que comigo o tempo joga ao contrário nestas questões. Tenho momentos de fraqueza, sou humana! 
Caracterizaram-me há pouco como alguém de afectos estáveis ,com  sentido de família a par de uma aceitação do outro algo invulgar (“tolerante”).Considero-me uma pessoa humilde mas humildade em demasia pode parecer falsa modéstia…e eu tenho que convir que concordo com estas adjectivações. Sendo alguém assim com esta sensibilidade, é evidente que tenho vivido muita tristeza na vida. A desilusão provoca-me um grande mal estar. Não gosto de me desiludir porque quem entra no meu coração, dificilmente de lá sai. Esse é um grave problema “cardíaco” que tenho, que em muitas situações é um enorme bem. E por isso tenho amizades de há “séculos” que me reencontram e dizem que sou de facto especial.Mas na vida não lidamos só com pessoas de bem!É pena!
Vou tendo oportunidade de conhecer gente equilibrada e bem formada Personalidades afáveis com quem sabe bem estar. Pessoas de grande formação académica mas de grande carácter e  simplicidade que não precisam estar “escudadas” numa personalidade forte que subjuga os outros. Pessoas  fantásticas que sabem valorizar o que é importante  e o lugar de cada coisa. Pessoas da minha idade que apesar do percurso de vida, de se considerarem cidadãos do mundo porque ficaram desenraizados muito jovens e viveram em diversos países. São pessoas com um discernimento enorme, com uma exemplar experiencia de mundo mas com a tranquilidade de quem constroi, quem caminha cuidando dos que consigo vão caminhando. Porque o bom e o saboroso da vida, o que lhe dá real sentido, não é definitivamente o egoísmo, o prazer pessoal, o poder, a novidade, as habilitações, o dinheiro, as propriedades, um percurso profissional brilhante, uma ânsia de ser importante, uma pseudo intelectualidade ou pseudo modernismo. O que é verdadeiramente bom na vida,seja qual for o nosso contexto, são de facto as pessoas, a família que construimos, o cuidado pelo verdadeiro amor ,a admiração reciproca, aquilo que estamos a viver com alegria e que pode também fazer os outros felizes. A ajuda que damos. As marcas positivas que deixamos nos outros. 
Antes me quero com personalidades fracas!
Oxalá 2014 seja  mais doce!




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