Parabéns Pai! A minha mensagem de hoje socorre-se dos pensamentos de Rubem Alves, um velho sábio que há quatro anos "desfez"70 anos. E, tal como tu, ele tem reflexões deliciosas e cita poemas encantadores. Por isso quando se aproximava do seu 70º aniversário escreveu deste modo:
O calendário me fez voltar a um salmo que aprendi de cor quando era menino: "Nossos dias passam como um suspiro... Setenta anos é o tempo de nossa vida. E se alguns, por sua robustez, chegam aos oitenta, o melhor deles desses anos é canseira e enfado...Ensina-nos a contar os nossos dias para que venhamos a ter um coração sábio..." (Salmo 90.9-10 ) - Bíblia Sagrada
Pois eu estou atentamente contando os meus dias. Não os que já se foram, mas aqueles que me restam, cujo número não sei. Em breve vou atingir o limite estabelecido pelo salmista: 70 anos! Nunca imaginei que esse dia iria chegar! O problema está no descompasso que existe entre a minha idade cronológica e a idade da minha alma - que está fora do tempo. Na alma, o tempo não passa. Sou ainda menino. Como Alberto Caeiro, "sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do Mundo."
E eu vejo-te assim!...sempre a viver com o entusiasmo, a energia e o sonho de quem tem muito que apreender...e criar...Alguém que põe alma em tudo o que realiza.
A verdade é que a velhice tem também os seus encantos. São encantos crepusculares, mansos, belos, tristes e efémeros... Mas o belo efémero, até as crianças se encantam com ele! Tanto assim que gostam de soprar bolhas de sabão.
Também quero soprar bolhas de sabão...
O que tenho a dizer se resume num único verso que o Chico compôs para sua filha: "Que seja da alegria sempre um aprendiz..."
Sabes pai, tem sido muito bom viver perto de ti. Pela vida fora soubeste intercalar bolas de sabão, com o
Eu sonho ter-te comigo por muitos anos...És valioso!...
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