quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Vem chegando...

A alegria do Natal num misto de nostalgia. Aqui está um poema que aprecio.

Ladainha dos póstumos Natais

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito

David Mourão Ferreira

6 comentários:

@lbino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
@lbino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
tsiwari disse...

Todos teremos um primeiro Natal.

Lato senso, cada um deles será sempre o primeiro em algum aspecto.

Não aprecio particularmente a ideia de chorar o futuro...


***

Rosa Silvestre disse...

Desejo um Natal Feliz e um Ano de 2008 melhor que este!

LN disse...

Posso levar este?? é um poema irresistivel..

Boas festas. E um 2008 excelente. Cheio de saber (vi)ver.

Ana Maria Neves disse...

Olá Raquel, será que ainda venho a tempo?? Desejo para ti e para toda a família Alves um Natal com muita Paz e Amor, e que esse Natal que será o primeiro demore ainda muitos Natais.