No passado dia 10 de Novembro, o meu filho Cláudio e a minha filha "Prisca" completaram 24 e 19 anos respectivamente. Esta data é celebrada religiosamente desde que fui mãe pela primeira vez.
E, na memória, ficaram guardados os aniversários turbulentos de outrora que enchiam a casa de crianças traquinas que, riam, pulavam, subiam e desciam escadas, que brincavam com legos, faziam jogos, inspeccionavam as prateleiras dos quartos (retirando livros, carros, bonecas, CD`s), ligavam a aparelhagem, jogavam matrecos...A casa ficava virada do avesso e, os meus filhos, felizes. Também vinham os familiares, ao final do dia, e a festa terminava com castanhas assadas, em família. Na cozinha, o meu marido passava horas a preparar iguarias, enquanto eu tratava da arrumação e decoração. E, sempre me deu muito prazer preparar tudo isso(apesar de algum nervosismo à mistura).
Hoje, toda essa agitação passou! A criançada CRESCEU. E este duplo dia de anos tem um festejo diferente. Falamos à mesa de assuntos da actualidade, conversamos longamente e rimos em conjunto das mesmas piadas, bebendo as mesmas bebidas. A celebração fica restringida à sala. O resto da casa, quase dorme! Os meus filhos deixaram de ser pequeninos e de vestir roupa nova no aniversário. Mas, para mim é sempre um dia em destaque no calendário . E preparo com um carinho semelhante o almoço de família, sem amigos travessos mas, com a presença dos respectivos namorados e dos avós que ainda por cá vivem com a pacatez outonal.
E, sem querer, vem-me à memória um pedaço do belo poema de Fernando Pessoa:
Hoje, toda essa agitação passou! A criançada CRESCEU. E este duplo dia de anos tem um festejo diferente. Falamos à mesa de assuntos da actualidade, conversamos longamente e rimos em conjunto das mesmas piadas, bebendo as mesmas bebidas. A celebração fica restringida à sala. O resto da casa, quase dorme! Os meus filhos deixaram de ser pequeninos e de vestir roupa nova no aniversário. Mas, para mim é sempre um dia em destaque no calendário . E preparo com um carinho semelhante o almoço de família, sem amigos travessos mas, com a presença dos respectivos namorados e dos avós que ainda por cá vivem com a pacatez outonal.
E, sem querer, vem-me à memória um pedaço do belo poema de Fernando Pessoa:
"No tempo em que festejava o dia dos meus anos
Eu era feliz e ninguém estava morto
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos
E a alegria de todos, e a minha
Estava certa como uma religião qualquer
No tempo em que festejava o dia dos meus anos
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma
De ser inteligente para entre a família
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças."
Eu era feliz e ninguém estava morto
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos
E a alegria de todos, e a minha
Estava certa como uma religião qualquer
No tempo em que festejava o dia dos meus anos
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma
De ser inteligente para entre a família
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças."
Fernando Pessoa
4 comentários:
este poema é lindíssimo... então quando dito pela maria Bethânia, assume outra beleza. ;)
Sem duvida...até me comovo quando ouço a Bethânia a declamá-lo.
:)
Parabéns ao Cláudio e à Patrícia; à mãe Raquel e ao pai Vítor. Afinal, onde ficam os blogues deles agora??
Ana: O "Homem Fantasma" tornou-se mesmo fantasma...ninguém o vê.O Cláudio anda super ocupado. Trabalha(com contrato) a tempo inteiro, estuda (vamos lá a ver se o sr. engenheiro consegue terminar este ano!),namora e,ainda vive cá em casa.Deixou para trás o voluntariado a candidatos ao suicidio, a rádio da Faculdade e o Blog.
O Vitor podes encontrá-lo nas Divagações...nas ligações que menciono.Beijo e obrigada pela visita.
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