quinta-feira, 28 de junho de 2012

Tristeza e medo...

Há muitas formas de viver as tristezas, os desgostos e tentar amenizá-los. Hoje a partida da velhinha Casimira, de quem guardo com ternura muitas expressões e ditados populares, fez-me recordar um poema de MIA COUTO. 


Medo
Quererei tudo
depois da morte.

Até lá,
quero apenas ressuscitar. 
Em cada dia,
ressurgir dos mortíferos desfechos.

Lá vem o poeta, dizem.
E abrem alas, receosos.

Não me importa:
de vivo não quero memória.

Medo tenho
é de ser enterrado sem história.       

2006

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