quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Era uma vez...


Era uma vez uma coelhinha anã que passou de uma loja de animais para o quotidiano de um Jardim de Infância. Mas…como qualquer estória encantadora que se preze, teve que levar umas pinceladas de fantasia para nascer como uma verdadeira estória, a ser vivida por todas aquelas crianças.

O Senhor Tomás, desconhecido de todo o grupo, (apenas conhecido da imaginação!) dono de uma Quinta (que nem virtual!...), escreveu para a escola uma carta onde perguntava se os meninos do Jardim de Infância gostariam de cuidar de uma coelhinha pequenina que tinha perdido a mãe. O entusiasmo foi colectivo e levou de imediato a uma resposta positiva e escrita, dirigida ao simpático e anónimo Sr. Tomás.

Os dias seguintes foram dedicados a pesquisas sobre alimentação de coelhos, cuidados a ter com eles, higiene e muito mais. Quando todo o grupo já se achava capaz de receber esse novo “colega”, a professora telefonou ao Sr. Tomás (cujo contacto vinha na carta) e combinou tudo.A alegria e o nervosismo dessa chegada tornou todos ansiosos durante aquela ultima semana de Abril.

O Sr. Tomás levantava-se muito cedo e à hora que passava à porta da escola ainda estava tudo fechado. A solução foi deixar a coelhinha no café da esquina e depois o Grupo ir lá buscá-la. Mas…no dia marcado, o tempo não estava de feição e teve que ser a professora a ir busca-la ao café.O Senhor Tomás, homem muito cuidadoso, mandou-a com uma gaiola engraçada, com comedouro, bebedouro, feno e comida adequada.

E foi assim, no carro da professora que a coelha a quem chamaram de BOLINHA chegou, a 30 de Abril de 2008.

A partir daquele dia o coração daquele pequenino animal andava sempre acelerado. Todos queriam pegar, afagar, alimentar…brincar com esta nova amiga peluda e macia.

Aconteceram as mais deliciosas peripécias! Desde ter que provar lanches infantis nada ao seu gosto, até ter que ouvir histórias para adormecer, ser obrigada a entrar numa casa de legos, andar no bolso da bata, ter trela para não fugir, passear no atrelado do tractor (de brincar), tomar banho, ter

uma coleira com guizo…Era uma super-coelhinha! E a criançada vibrava com a sua presença. Nos fins de semana era muito viajada! Cada fim de semana ía para uma casa diferente. Aprendeu a controlar o stress e em situações duvidosas que a assustassem em demasia, passou a dar umas ferradelas.

Assim foi crescendo e por lá conviveu durante um ano.

No final desse ano foi viver para uma quinta verdadeira.

Recebi a noticia que morreu no passado dia 16 de Fevereiro de 2011.

Era uma vez uma coelhinha anã que passou de uma quinta verdadeira para…sabe-se lá para onde!...ela ainda salta na minha imaginação.

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