Hoje dei por mim a questionar-me sobre a minha identidade cristã. Muitas vezes reprovo-me como pertencente a este grupo e, por não me rever completamente nas práticas e nos ideais. A par disso tenho muita falta de fé…não de esperança!
Hoje, ao ouvir a mensagem de Páscoa, cheguei a uma conclusão que pode ser completamente errada mas que é a minha.
Os ensinamentos Bíblicos chamam constante atenção a mandamentos e posturas de vida que deixam transparecer a identidade de um verdadeiro cristão. Mas, o maior de todos os mandamentos deixados por Jesus Cristo é, sem duvida, o amor ao próximo. Por amor ao próximo Ele viveu uma vida de benfeitor, de pacificador. Se lermos as Epístolas do Apóstolo Paulo à Igreja em Corínto, deparamo-nos com o capítulo 13, da primeira, e ficamos deslumbrados com essa suprema explicação da importância e definição do AMOR (em muitas traduções ainda apontado como caridade).
“Ainda que tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.”
Se há ensinamento que sinto que me estrutura como pessoa é este, o de amar os outros.
Gosto naturalmente das pessoas e vejo nelas as qualidades. Normalmente os defeitos demoro muito a vê-los! Por vezes só os noto quando sou alvo de uma maldade. Consigo discordar e zangar-me com uma pessoa sem que isso belisque o sentimento que tenho por ela. Rancor?...Tenho imensa pena de quem o sente. Ódio?...Apenas aguma antipatia ou zanga. Perdoar?. Sempre! Não significa que esteja cega ou que acredite que alguém mude repentinamente, mas perdoo sem reservas. Ajudar?...o quanto poder!
Sinceramente penso que estas minhas características me foram transmitidas pela educação cristã, por essas máximas de Cristo, na comunidade cristã onde cresci e no lar que tive.
Quanto à fé…nada de exemplar. Mas, o próprio discípulo Tomé teve dificuldade em acreditar na Ressurreição de Cristo, e lemos na Bíblia em João capítulo 20, versículo 29 :” Disse-lhe Jesus: Porque me viste Tomé, creste; Bem-aventurados os que não viram e creram.”
Ora eu volto a ler o último versículo da carta do Apóstolo Paulo:
“Agora, pois, permanecem a fé a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor”
Pode faltar-me todo o resto mas, não o amor. Este sentimento norteia a minha vida, mesmo a profissional! Ora sendo esta a base dos princípios cristãos, posso ficar mais tranquila com a "etiquetagem" de cristã. Não será?...
(imagem: Esposende 2008)
2 comentários:
Acho que é pela prática que se lá vai... ao tal estado de tranquilidade que algumas almas conseguem - não confundir com conformismo, sff.
bJo
tsiwari: prática de valores ou de rituais? Nunca compreendi a designação que muitos utilizam de "Católico" e "Católico praticante".Praticante é ser assíduo ás missas/aos cultos e, em sociedade ser sacana? Afinal se acreditamos no Cristianismo não teremos que ser apenas cristãos, quer estejamos na Igreja, na rua,no emprego...24h por dia?
A minha intranquilidade vem da falta de fé.
Gosto de trocar ideias contigo.
BJ
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