sexta-feira, 21 de novembro de 2008

GRITOS DA ALMA

Há mensagens que são desabafos gritados. Esta semana o meu filho estava a ouvir José Mário Branco e o poema cantado FMI, datado de 1979, parecia de uma actualidade fantástica. Embora o meu jovem filho não descodificasse determinados pormenores muito relacionados com a época e o contexto político e social em que foi escrito, captou a essência e comoveu-se. E, no meio da linguagem dura que progressivamente se vai tornando rude e acutilante eu também me comovi...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

MATERNIDADE


Senti uma saudade envolver este momento presente...Senti que vivi muito e só tem saudade quem tem passado!...um aconchegante passado!

No dia 10 de Novembro fiz 25 anos que me estreei como mãe e 20, em que resolvi confirmá-lo pela segunda vez...Curiosamente tinha eu 20 e 25 anos, também. Guardo com muita ternura esses dois momentos de sofrimento, alegria e beleza. As crianças cresceram mas o seu processo de crescimento, que foi também o meu, fica gravado na memória para ser lido pela saudade.

Hoje já não tenho que dar a mão aos meus filhos para atravessar ruas, segurar, agarrar...apenas acariciar! As suas mãos cresceram e com elas todo o corpo, mente, ideais...

Fui a mãe que soube ser com as mãos que pude ter!...Mãos que embalaram, protegeram, ajudaram, construiram, amaram...impulsionaram a viver com solidariedade,afecto, empenho, fé, sentido,trabalho...em liberdade. E o futuro não ficou nas minhas mãos!...

Já não tenho que dar a mão para atravessar ruas...andamos de mãos dadas para sentir o afecto...mãos enlaçadas.


AS MÃOS

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

Manuel Alegre

Mas é estranho tudo isto!...Sinto-me feliz e velha. Mas uma velhice simpática!...

Parabéns meu filho Cláudio, pelos 25 anos.
Parabéns minha filha Priscila, pelos 20 anos.

Quero-vos muito!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Algarve...em Novembro

Aquele Algarve povoado, quente, cansativo, cosmopolita sem ter "identidade"...o tal ALLGARVE, caracteristicamente não português! Conhecem-no? Reencontrei-o este verão. Quase tive que aprender línguas para sobreviver!...Esse é um Algarve estranho, sem personalidade.
Em tempos de meninice conheci um Algarve muito mais lindo!...Sei que as mudanças e os progressos são inevitáveis mas...ir ao Algarve em Agosto é desconcertante! Pelo menos eu acho!
E, em Novembro?
Fosse eu aposentada e escolheria esta época para saborear o tempo e alguma da paisagem natural algarvia.
Fui lá no fim de semana e tudo estava transfigurado. Gostei de ouvir o sotaque algarvio, de ter espaço e ângulo para poder observar tudo. Observar até a desertificação dos aldeamentos, dos andares de férias...observar que lá, tal como cá, também se sente o Outono... em Portimão encontrei, também, um simpático vendedor de castanhas.