sábado, 21 de junho de 2014

50 pessoas...CLÁUDIO SILVA ALVES


Pai...
não basta dizer pai. É o meu querido pai!
O passar do tempo, a vida e os seus embates, as alegrias e os sofrimentos fizeram de facto identificar genuinidades, bondades, presenças valiosas. E se o meu pai era valioso a sua importancia reforçou-se na minha vida, pela postura e sobretudo pelo enorme afeto e amor.
Torna-se desafiante e muito, mas muito dificil, escrever sobre um pai assim, que impactou a vida de muita gente e a minha em especial. Uma criatura escrever sobre um dos seus criadores é intimidante. Qualquer abordagem à sua pessoa nunca ficará ao nivel do seu valor como pai, da sua presença positivamente marcante, do que é como referencia, como bondade.E não estou a exagerar!!!!!
O meu pai...
Fosse eu criança e diria que é fantástico, espetacular!
Sendo eu já adulta direi que continua uma presença importante. A idade fez-me analisar ao detalhe os momentos da sua vida e dar-lhe um valor enorme. Como é que um pequenino orfão de três anos com tuberculose resistiu à doença, a uma vida humilde, uma família simples e se empenhou para alcançar uma vida equilibrada, prosseguindo estudos, buscando sempre aperfeiçoar conhecimentos e alcançar profissionalmente cargos de topo, a par de um desenvolvimento académico, religioso e cultural de realce?
É de facto extraordinário! em vez de ser revoltado pela infância dificil , vaidoso pelos seus conseguimentos, descrente, convencido pelas capacidades demonstradas  ...encontramos um homem sensível, honesto, vertical, com fé, simples, altruista, bom.
Lembro-me com muita saudade do meu lar de criança, da relação amorosa que teve com a minha mãe e da enorme intimidade entre os três. Foi um pai muito engraçado e brincalhão. Da sua postura, agora ainda mais sábia, guardei algumas máximas que me estruturaram como pessoa de bem.

 "Não quero que sejas a melhor, quero que saibas!"
 "Mais bem aventurada coisa é dar do que receber"
 "Em tudo sede agradecidos"
 "É sempre melhor falar a verdade...até porque mentir dá mais trabalho, tem que se fixar a mentira!"
"Não se ponha o sol sobre a vossa ira"

Tendo  ficado sem mãe há dezoito anos foi uma benção continuar a ter o meu pai. Continuo a achar que a vida lhe pregou muitas partidas e que por vezes merecia melhor sorte mas...se ele aceita a vontade de Deus, quem sou eu para questionar? Apenas guardo os meus pensamentos e admiro a sua capacidade de aceitação e submissão ao divino.
Já lhe disse múltiplas vezes que um pai assim devia ter tido mais filhos!
Tenho um grande orgulho nele! Não sendo perfeito é um exemplo de vida! Cruzo-me frequentemente com gente que lhe tece os maiores louvores. Fico deliciada e vaidosa.Que pai!
O meu querido pai!