domingo, 17 de outubro de 2010

Morrer


Por vezes penso muito na morte...sobretudo quando estou triste. A morte é irreversível mas acaba com todo o sofrimento, quer físico quer psíquico. Cruzei os meus pensamentos com estes que aqui exponho, de Rubem Alves:

"Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a “reverência pela vida” é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados “recursos heróicos” para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da “reverência pela vida”. Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: “Liberta-me”."

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Centenário da República



Viver o 5 de Outubro de 2010, de forma banal não me pareceu muito bem. Afinal tratava-se de uma data memorável e irrepetível.
Cem anos da República!
Muitas das pessoas passam indiferentes por estas datas. Umas porque são demasiado jovens para lhes conferir importância e significado, outras porque nunca reflectiram muito nesses ideais e querem que a sua vida" corra", outras por desilusão e até comodismo e, outras porque são monárquicas. Pois desde pequena que ouvi dizer que o meu bisavô materno era Republicano. Isso trouxe-lhe bastantes problemas que eu não compreendi quando a minha avó Inês (sua filha) me contava isso cheia de entusiasmo e brilho no olhar. À medida que o tempo passa e vou saboreando a história, que também tem as suas estórias, valorizo esses ideais que outrora uniram forças para uma mudança de rumo. Por isso mesmo, fui a Lisboa vibrar com as comemorações do centenário.
A cerimónia na Praça do Municipio foi muito digna...à altura de um centenário em pleno século XXI.
Viva Portugal Republicano!


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Um desconhecimento imperdoável...


Já ouviram falar da II Guerra Mundial?...uma aluna, de 15 anos, prontamente diz que sim à professora. Quando lhe é pedido para explicar à turma, sai uma explicação hilariante, que pode dar vontade de rir mas que é por si só angustiante pela tragédia e horror vividos, a que gente tão nova, nascida após a "Declaração Universal dos Direitos Humanos" vive alheia.

"Oh Stôra essa Guerra é aquela cena em que um gajo...que vivia no Iraque...ah! não é no Iraque, já não sei onde era. Ele era muito mau e matava as pessoas, muiiiitas pessoas... e nem lhes fazia o funeral nem nada!"